Diálogo entre Colbert e Mazarino durante o reinado de Luís XIV, na peça teatral Le Diable Rouge, de Antoine Rault:
Colbert:- Para arranjar dinheiro, há um momento em que enganar o contribuinte já não é possível. Eu gostaria, Senhor Superintendente, que me explicasse como é possível continuar a gastar quando já se está endividado até o pescoço…
Mazarino:- Um simples mortal, claro, quando está coberto de dívidas, vai parar à prisão. Mas o Estado é diferente!!! Não se pode mandar o Estado para a prisão. Então, ele continua a endividar-se… Todos os Estados o fazem!
Colbert:- Ah, sim? Mas como faremos isso, se já criamos todos os impostos imagináveis?
Mazarino:- Criando outros.
Colbert:- Mas já não podemos lançar mais impostos sobre os pobres.
Mazarino:- Sim, é impossível.
Colbert:- E sobre os ricos?
Mazarino:- Os ricos também não. Eles parariam de gastar. E um rico que gasta faz viver centenas de pobres.
Colbert:- Então, como faremos?
Mazarino:- Colbert! Tu pensas como um queijo, um penico de doente! Há uma quantidade enorme de pessoas entre os ricos e os pobres: as que trabalham sonhando enriquecer e temendo empobrecer. É sobre essas que devemos lançar mais impostos, cada vez mais, sempre mais! Quanto mais lhes tirarmos, mais elas trabalharão para compensar o que lhes tiramos. Formam um reservatório inesgotável. É a classe média!
Mas é minha convicção que não precisamos de nos preocupar, porque o navio ao afundar apenas se afunda até bater no fundo...e Portugal já está no fundo desde há muito tempo!
Os portugueses pensam que é a fazer manifestações que conseguem levar a água ao seu moínho, mas não basta ir para a rua chamar nomes aos governantes e afins. Já repararam que ao vosso lado, junto à Assembleia, no Rossio, no Terreiro do Paço ou seja lá o local onde se façam manifestações, estão sempre fulanos de Partidos que também deram o seu contributo para o mau estar que grassa no País, tipos que também comeram do tacho quando era o seu Partido a governar... e agora assobiam para o lado e gritam palavras de ordem apenas para despistar?
Então... o Partido Socialista não foi o primeiro coveiro do País? Que fez o Mário Soares como Primeiro Ministro? Não mandou também apertar o cinto? Já agora... quantas voltas ao mundo representaram as suas viagens... pagas pelo Povo a quem dizia servir? Tem uma Fundação, e a mulher outra, que foram atingidas pela quebra de subsídios estatais... razão para agora andar furibundo com o Primeiro Ministro!
Quem é que pratica infracções no trânsito e depois diz que vai ser o Estado a ter de pagar? Quanto é que ele já deu aos pobres do avultado bolo que lhe é dado pelo Estado, por ter andado a gozar o Povo estes anos todos?
Já viram a lata: "ÓH SENHOR GUARDA... DESAPAREÇA!!!".
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