A
SENILIDADE CAQUÉTICA DO DR. MÁRIO SOARES[1]
14/04/13 .
“Infinitus est numerus stultorum”
(É infinito o número dos tolos)
Eclesiastes
.
Veio o arvorado “pai democrata” afiançar em título de 1ª página:
“Por muito menos do que isto mataram o Rei D. Carlos”.[2]
Vejamos se entendi bem: o Dr. Mário Soares (MS) pretende
comparar a situação existente, àquela vivida pelo nosso Augusto Rei e comparar
a sua acção à dos governantes actuais – nomeadamente o PR, Prof. Cavaco Silva –
na solução da “crise” em ambas as épocas, e “alertar” o actual inquilino de
Belém para que lhe pode acontecer o mesmo – presumo que metaforicamente…
O Dr. MS não se enxerga mesmo.
Quando o ilustre monarca foi vilmente assassinado, com seu filho
primogénito, em 1/2/1908, tinham passado 88 anos da Revolução Liberal, de 1820,
que virou o país de pantanas, até 1851 e depois nunca lhe conseguiu dar
coerência e estabilidade, acabando em desastres políticos, sociais e
financeiros sucessivos, que resultaram numa fuga para a frente, que culminou na
implantação da República, em 5/10/1910 – de que o atentado do Terreiro do Paço
foi a antecâmara – como se os problemas do país derivassem da existência da
Família Real.
Imbecilidade semelhante, já tinha sido aduzida em 1820, ao
tentar-se sentar no Trono, em vez de um Homem, um papel: a Constituição!
O Senhor Rei D. Carlos foi um monarca notável, patriota – por
definição só podia – homem de carácter, probo, culto, com visão política,
excelente diplomata, cientista e artista de rara sensibilidade. E deu exemplo
de contenção e solidariedade em tempos de dificuldades generalizadas…
Aturou – é o termo - a maldita da política partidária – os
partidos políticos, em geral, sempre constituíram uma pústula cancerosa na
Nação – com menos paciência, é certo, com que seu pai, o bom do D. Luís, tinha
feito e só se dispôs a interferir, mais “musculadamente” na cena política,
quando o desastre era já extenso e o bloqueamento do sistema político, não só o
aconselhava, mas exigia.
Ora a actuação dos republicanos maçónicos e carbonários – em que
MS se diz rever - e, também de muitos políticos dos partidos que se diziam
monárquicos, foi justamente no sentido de contrariar os esforços do Rei e de
outros patriotas (nomeadamente militares), em travar o descalabro
existente.
Ao matarem o Rei – que tinha acabado de assinar a ordem de
degredo para África, pena a que os cabecilhas da última tentativa
revolucionária tinham sido condenados (é bom lembrar que o Partido Republicano
era um partido legal e estava representado no Parlamento) – acabaram por
subverter e paralisar, a ordem existente.
Os pavorosos 16 anos da I República só ampliaram,
catastroficamente, o desastre!
Ora são precisamente os “descendentes” políticos do
primo-republicanos – com MS à frente - acompanhados por um batalhão de acólitos
de ideologias erradas e organismos internacionalistas, que não têm nada a ver
com a nação dos portugueses, que se vêm opor, agora, a outros políticos que
estão a tentar (apesar de só quase fazerem asneiras) emendar as políticas
erradas do anterior, em que todos também colaboraram.
Estamos, pois, no alvor de um “Surrealismo” de que nem o mestre
Dali se lembraria…
Creio, até, que MS em vez de estar preocupado com a segurança do
actual Presidente se deveria preocupar com a sua.
De facto quem tem responsabilidades como ele, na desgraça da
retirada de pé descalço, a que chamam “Descolonização”; quem, sendo Primeiro –
Ministro teve que chamar o FMI, para evitar a bancarrota; ajudou a meter o país
na CEE, de qualquer maneira e a qualquer preço; ficou a ver a delapidação de
grande parte dos fundos daquela organização indefinida, sem mexer um dedo e
gozou que nem um nababo oriental, durante 10 anos de presidência, em que tinha
o orçamento que queria, o que lhe permitiu dar duas voltas ao mundo em viagens
“de estado” (ou de estadão) – e ficamos por aqui – deve estar mais preocupado
consigo do que com alheios.
E até é possível que ande, a avaliar pela protecção policial,
que ainda hoje lhe é dispensada e às suas propriedades, coisa que D. Carlos,
que era um homem valente, dispensava, pois nem escolta tinha. Mas andava armado
(era um excelente atirador) e dispunha-se a enfrentar o perigo…
Aliás, a mediocridade do seu percurso político - a que há que
subtrair a oposição ao golpismo totalitário do PCP, em 1975, (de que foi
militante – afinal “só os burros é que não mudam”…) e mesmo aí, tratava-se de
luta pelo poder – só tem paralelo na mediocridade desta III República, de que
MS ficará como um dos expoentes.
De facto apesar de ter herdado a “pesada herança” do Regime anterior;
ter gozado do fluxo contínuo de fundos comunitários (cerca de dois milhões de
contos/dia), sem nada fazer para os merecer, a não ser alienar capacidades,
património e soberania (ou seja tudo o que realizou foi com riqueza que não
produziu); e não ter qualquer ameaça externa ou interna grave, que pudesse
tolher o desenvolvimento, foi obrigada a pedir a ajuda do FMI, por duas vezes e
acabou falida, num protectorado vergonhoso, tutelado por um acrónimo repelente,
a “Troika”!
Dr. MS o senhor, como português e como político, é uma desgraça
e, mesmo em vida, é já uma mentira histórica.
Fará o favor de não tornar a falar no Rei, Senhor D. Carlos: o
senhor não está qualificado para o fazer e Ele não merece ser maltratado.
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João J. Brandão Ferreira
Oficial Piloto Aviador
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[1] Passe o pleonasmo, mas é para reforçar…[2] Entrevista ao Jornal “I”, de 12/4/13, sobre a situação política actual.