terça-feira, 8 de novembro de 2011

O escândalo da Fundação Soares


64 mil € para a Fundação Mário Soares
A Fundação Mário Soares vai receber, este ano, pelo menos a quantia de 64.825 euros de apoio financeiro concedido pela vereação da Cultura da Câmara Municipal de Lisboa (CML).
Para além dos 50 mil euros anuais que "o Município está obrigado" a dar como "apoio financeiro" à fundação do Dr. Soares, ainda acrescem mais 14.825 euros, propostos pela vereadora da Cultura, Catarina Vaz Pinto – e que vão hoje a discussão e votação em reunião de Câmara.
O protocolo entre o município de Lisboa e a Fundação Mário Soares, que obrigava a um apoio anual situado entre 30 e cerca de 44.000 euros, foi assinado no dia 07 de Novembro de 1995, pelo então presidente da Câmara, o Socialista Dr. Jorge Sampaio, vigorando durante 10 anos, ou seja, até 2015.
Entretanto foi actualizado para 50 mil euros em Julho de 2010, pela vereadora da Cultura, Catarina Vaz Pinto, como "reconhecimento do trabalho levado a cabo pela Fundação".
Combinando o apoio financeiro...
Fonte:
http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/nacional/politica/64-mil--para-a-fundacao-mario-soares
É por estas e outras que Portugal está na bancarrota. A Câmara Municipal de Lisboa está afundada em dívidas, que irão ser pagas através da austeridade que o Governo está a impor, contudo continua a sustentar uma Fundação particular.
Não se viu, até hoje, cortes nestes abusos.
O que se vê são cortes nos nossos bolsos, mas para os amigos, como Mário Soares, não há.
E este fulano, Mário Soares, vem para as televisões e jornais dizer que é preciso sacrifícios.
Cínico!

Julgava que as Fundações seriam pessoas jurídicas dotadas pelo seu Fundador de um acervo patrimonial que é gerido por forma a desenvolver actividades em domínios diversos, como sejam a cultura, a arte, a investigação, o apoio a projectos relevantes, etc. Como exemplos paradigmáticos tínhamos, então, a F. Gulbenkian e temos, mais recente, a F. Champalimaud e a F. da Jerónimo Martins, a dita, salvo erro, F. Soares dos Santos, a que preside o António Barreto.
Há outras. Só que, de há uns bons tempos para cá, desfigurando e abusivamente se apropriando desse genuíno perfil estatutário, vêm brotando, como cogumelos, verdadeiros abortos fundacionais, de cariz público ou privado, que não passam de grosseiras desconstruções jurídicas destinadas a sacar subsídios e privilégios do Estado, das Regiões e das Autarquias e/ou a desviar avultadas verbas públicas para fins que escapam a um adequado/efectivo controlo democrático.
Trata-se, bem vistas as coisas, de Maquinações, que não de Fundações.
Se essas e outras forem finalmente desactivadas, talvez um dia vejamos como bendita esta crise maldita.

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