quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

PRESIDÊNCIAIS 2011

Um prenúncio de Alzheimar perpassa pelo candidato mais Alegre da campanha Presidencial e parece já trocar as coisas quando afirma "Comigo não passará! Comigo não irão por aí" quando se refere à revisão constitucional, que não quererá promulgar, no caso de vir a ser eleito para Belém.
Naturalmente nunca terá lido, consultado ou utilizado tal documento, porque se o houvesse feito saberia que o Presidente da República é obrigado a promulgar a Constituição da República, conforme consta do artº. 286º. - alínea 3.
Não acredito que o Partido Socialista ou o Bloco de Esquerda não tenham nomeado um acessor especialista em Direito Constitucional para elucidar o candidato daquilo que pode ou não fazer enquanto cidadão investido com os poderes presidenciais.
Depois, como se não bastassem as diatribes do senhor Alegre, cuja poesia na campanha é por demais virulenta, vem agora o Governo clamar contra a possibilidade de o Presidente da República, quando no pleno uso dos seus poderes constitucionais, poder vir a dificultar a vida ao mesmo Governo... que não se coibe de maltratar quem tem a faca e o queijo na mão, como é o caso do Presidente. Ouvem-se então os arautos governamentais dizer que um chefe de estado deverá servir para prevenir e não para remediar... não olhando sequer para os seus umbigos, pois os Governos servem para governar e não para... se governarem!
Fernando Nobre parece que está mesmo confiante de que lhe estará destinado ser o próximo Presidente da República Portuguesa. Depois... tal não será a confiança... perde as estribeiras e começa aos berros, quase chegando a ficar apoplético e faltando-lhe o ar, quando diz a Cavaco Silva que agora deve olhar bem para ele, porque a contenda será entre os dois! Seria bom não embandeirar em arco, porque a procissão ainda nem está no adro! Dê tempo ao tempo e mantenha a pose de estado, para ser credível! Julgo que este candidato é propenso a ser o porta voz das queixas de café... e isso é mau!
Fernando Nobre, que nasceu em Angola e foi criado no Zaire, foi para Bruxelas com 15 anos, onde foi estudar para um colégio interno. Estava lá apenas à dois dias quando escreveu uma carta ao pai , pedindo para voltar para casa, mas o pai não lhe fez a vontade! Queria ir para a Europa? Faça-se então a sua vontade! E assim aconteceu... formou-se em medicina... casou, teve filhos... até que se inscreveu como voluntário nos Médicos sem Fronteiras, tendo regressado a África para abrir uma clínica no mato. Em 1982 foi para Beirute e aí operou ao som dos bombardeamentos, sendo atingido de raspão na orelha esquerda, graças ao tiro de um sniper. Como recordação, trouxe de Beirute uma úlcera no estômago. No Chade operou em calções e t-shirt, usando luvas mas sem máscara. Em 1985 cria a AMI, por sugestão do então jornalista da RTP José Barata Feyo.
Defensor Moura tem nesta campanha o verdadeiro papel de uma comadre, a tal alcoviteira da terra que leva e trás recados. Cumpriu o desiderato de ser inconveniente, de lançar a dúvida e o anátema sobre Cavaco Silva, que é o seu alvo a abater nestas eleições. Poderá não ganhar... mas isso pouco lhe importa desde que não ganhe o actual Presidente!
Quem pense que este médico não será panaceia para ninguém, não estará enganado, porque é alguém que demonstra mesquinhez de procedimentos, pouca lizura e usa e abusa da calúnia política. É um tipo de político que é perigoso não levar a sério. Veja-se a actuação tida enquanto edil de Viana do Castelo. Quero...posso...mando...
O Francisco Lopes é pessoa um pouco mais comedida, nem parecendo ser um candidato comunista. Pelo menos é pessoa educada e tem um perfil que não se enquadra nada com o comunista típico que os portugueses conhecem. Torna-se até simpático, no quotidiano da campanha. É funcionário do P.C.P. desde o 25 de Abril, depois de ter sido trabalhador estudante no Instituto Industrial - hoje Instituto Superior de Engenharia de Lisboa -, onde cursava Electrotécnia, trabalhando para os capitalistas americanos da multinacional Appleid Magnetics.
É inimaginável pensar-se o que aconteceria a Manuel Alegre se trilhasse hoje o trajecto que fez quando encerrou o jornal "O Século" em 1977. Prometeu então aos 900 trabalhadores do jornal que receberiam salário durante a restruturação, que seria de 3 meses... mas nunca mais abriu, porque "os custos do relançamento do jornal representavam então cerca de 1 milhão de contos! Ninguém apresentou alternativa", disse então o candidato poeta, que afirma que a única coisa de que se arrepende foi ter feito parte do Governo. Só que agora, não se sabe bem porquê... gostaria de ser Presidente da República! É cá por coisas, diz.
O resultado das Presidenciais vai ser ditado pela consciencialização dos eleitores de que Portugal precisa de um Presidente que seja o garante do cumprimento democrático da Constituição que nos rege... ainda que não concordemos com ela no seu todo! Isso é a democracia no seu melhor! Quem ganhar que seja pessoa ciente dos seus deveres e saiba olhar para o Povo... que em última análise está refém daquilo que o Presidente fizer! Confiemos!

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